Tive
um sonho de amor e de inocência,
Cheio
de luz das coisas invulgares,
Do
qual perdi a luminosa essência
Na
cristalização dos meus pesares.
Tarde
reconheci minha falência,
Terminados
os múltiplos azares,
De
minha quase inútil existência,
No
silêncio das cinzas tumulares.
E da
morte, no abismo indefinido,
Tombei
exausto, amargurado e cego,
–
Abismo tenebroso que eu transponho.
Infeliz
do meu ser irredimido,
Pois
triste e atordoado inda carrego
O
negro esquife do meu próprio sonho.
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Livro:
Parnaso de Além-Túmulo
Médium:
Francisco Cândido Xavier
Autor
Espiritual: Espíritos Diversos